quinta-feira, 8 de novembro de 2007

ERROS E ACERTOS = EQUILÍBRIO






Quando estou absorto em meus projetos, avalio muito a espectativa do cliente em relação ao resultado do mesmo. Normalmente essa espectativa está relacionada a transferência dos anseios, status, e principalmente 'a transformação do espaço físico intervido no espaço realmente almejado. Lidamos com mudanças internas, pois para se mudar o interno temos que começar pelo externo. Em se tratando de uma residência, normalmente detecto na entrevista com o contratante a intensa vontade de mudar, e em determinados casos ouço a palavra "evoluir", mas de que forma tratamos essa evolução. A psicologia da Arquitetura está na conquista do equilíbrio externo, motivando assim o equilíbrio interno do cliente. Tarefa árdua, pois é um mergulho no vazio, pois não existe uma fórmula ou mágica conhecida, capaz de entrar no pensamento da pessoa no qual você está atendendo. nada mais me resta senão trabalhar com a estatística do erro e acerto. Um primeiro tiro, normalmento no escuro, baseado na análise superficial e materializada em uma folha de papel tamanho A3. Quando apresento minha primeira idéia, mantenho meu foco na reação de meu cliente, pois a linguagem corporal não mente. O olhar, o sorriso, o balançar das pernas, a coceira na cabeça são sinalizações do resultado que está sendo avaliado. Nisso a transferência de espectativas se confirma. A espectativa do acerto, ou meio acerto, ou total erro me consome até o momento das primeiras palavras ou melhor dizendo, do primeiro diagnóstico de meu pensamento, representado ali graficamente. Ufa, depois disso, tudo se torna mais fácil (porém, não tão fácil), pois surge uma diretriz, um caminho de pensamentos, para dessa forma enfim, identificar o que realmente se almeja no projeto. A partir desse momento, criador e criatura começam a caminhar juntos, novamente num jogo de erros e acertos, na busca do equilíbrio. Com o passar dos anos de profissão, comecei a me sentir confortável com essa situação, porém sem nunca descartar a famosa linguagem corporal. Na busca do equilíbrio, me torno o divã do terapeuta, ou melhor, o caderno de anotações do mesmo, absorvendo todas as nuances do paciente para então esboçar graficamente os anseios, e tantos outros sentimentos que ali se escondem. Quem se habilita?

Um comentário:

Unknown disse...

Oi Mano Lindoooooo

Achei interessante o que vc relatou sobre a origem de um projeto e o processo de envolvimento com cliente, é uma terapia. Adorei o seu blog. Vc é D+++++.
TE AMO MUITOOOOO SEMPRE
Bjim
Dirlaine - Dica

REGISTROS PELAS LENTES DO MEU CELULAR

Imagens: Denis Sarges e Rafael Souza