sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Ver-o-Peso, Principal cartão postal de Belém, Uma das Sete Maravilhas Brasileiras


Belém, que completou 392 anos no último dia 12, ganhou mais um presente. O seu principal cartão postal, o Complexo Ver-o-Peso, acaba de ser selecionado pela Revista Caras . e pelo HSBC como uma das Sete Maravilhas Brasileiras. Mais de meio milhão de pessoas participaram da votação que durou três meses. Anônimos e personalidades entraram na disputa que envolveu 30 espaços turísticos em todo o Brasil e terminou no último dia 31 de dezembro. Entre os eleitores de Belém estava a cantora e atriz paraense Fafá de Belém, que, em entrevista para a Revista Caras, declarou que "votaria até cinco vezes se preciso" por que o Ver-o-Peso sintetiza "a mistura da cultura européia com a tradição cabocla, bem no meio da Amazônia". E por falar em Amazônia, são quatro os finalistas na Região Norte: o Ver-o-Peso, em Belém (Pará); a Fortaleza do São José, de Macapá (Amapá); o Conjunto Arquitetônico da Natividade, em Palmas (Tocantins); e o Teatro Amazonas, em Manaus (Amazonas). São Paulo elegeu a Catedral da Sé e o Rio Grande do Norte elegeu a Fortaleza dos Reis Magos, em Natal. Já em Minas Gerais o finalista foi o Centro Histórico de Ouro Preto. Cada pessoa que participou da votação concorreu a uma viagem com tudo pago por uma das Sete Maravilhas Brasileiras. O resultado com os sete contemplados acontece dia 1º de fevereiro.

Barraca de ervas e banhos, característica do Ver-o-Peso

Segundo Wady Khayat, titular da Coordenadoria Municipal de Turismo (Belemtur), "o resultado é um presente para Belém e um reconhecimento pelo cuidado que a cidade tem com seu patrimônio histórico", diz. Ele explica que "a escolha é também um banho de auto-estima no paraense para que valorize cada vez mais suas riquezas, seus espaços turísticos". Ele adianta que o sortudo ou sortuda que vier conhecer o Ver-o-Peso chegará aqui em plena folia de carnaval e vai se encantar com o que a capital paraense tem a oferecer nesse período. Além das cores e sabores de frutos e comidas típicas, a historia e a riqueza do Ver-o-Peso, encontrará o aconchegante Ver-o-Rio, o Jardim Botânico Bosque Rodrigues Alves, o Parque Ambiental de Belém, a Estação das Docas, Mangal das Garças, Complexo Feliz Lusitânia, Hangar- Centro de Convenções da Amazônia, Pólo Joalheiro e tantos outros espaços que abrigam a nossa cultura, artesanato, gastronomia, entre os diversos produtos. A pesquisa da Revista Caras e do HSBC iniciou logo depois da escolha das Sete Maravilhas do Mundo, que incluiu o Cristo Redentor entre elas. A escolha das Sete Maravilhas Brasileiras chegou aos 30 concorrentes a partir de uma pesquisa que elencou alguns lugares do Brasil e submeteu a uma votação interna. Levou em conta a beleza arquitetônica de cada espaço, a importância histórica, entre outros fatores relevantes para os brasileiros e para os visitantes. Conheça o Ver o Peso: uma das Sete Maravilhas Brasileiras Guardião de um rico patrimônio histórico e arquitetônico, o Ver-o-Peso completa 391 anos de fundação no dia 27 de março. Sua arquitetura, característica da segunda metade do século XVII, é herança da belle époque, quando a influência européia, em especial da França e Portugal, se acentuou graças aos lucros obtidos com o Ciclo da Borracha. Com o látex que jorrava das seringueiras também jorrava a fortuna que permitia importar do outro lado do mundo o ferro, as pedras, as lajotas e o estilo que mudou a imagem e a história de Belém. Os traços dessa herança podem ser vistos em todo o centro histórico. Já o mercado, até hoje a céu aberto, foi construído para fortalecer o controle alfandegário na Amazônia, com o nome de "A Casa do Haver-o-Peso", além de posto de fiscalização e tributos. Com o passar do tempo foi agregando outras funcionalidades, passando por um processo de hibridez cultural e arquitetônica. O Ver-o-Peso também se reflete na economia da região e no movimento de pessoas no local. Cerca de R$ 1,3 milhão são injetados diariamente na economia paraense na comercialização de diversos tipos de produtos. Em volume de pessoas, em torno de um milhão e meio, entre consumidores e trabalhadores circulam no local por mês, 50 mil/dia. Os dados são da Secretaria Municipal de Economia (Secon), responsável pelo gerenciamento do espaço. O Complexo é formado pelas feiras livres do Açaí e do Ver-o-Peso, Pedra do Peixe, os mercados de Peixe e de Carne, além do estacionamento.

A Feira do Açaí, no Complexo Ver-o-Peso

Para o secretário municipal de Economia, João Amaral, o Ver-o-Peso representa a própria alma do paraense. "Um povo muito simples, hospitaleiro, mas muito trabalhador. O Ver-o-Peso não dorme nunca, o trabalho é ininterrupto. É de madrugada, quando chega o grande volume de pescado e de outras mercadorias como frutos regionais, que o fluxo de trabalhadores do setor atacadista e varejista é maior. Mas em qualquer horário que passarmos por lá veremos movimento. Se formos de madrugada, o grande fluxo de pessoas é na Feira do Açaí e na Pedra do Peixe; se for pela manhã é na Feira do Ver-o-Peso; no final da tarde o movimento é na orla, nas barracas de artesanato. Mas sempre há alguém trabalhando no local", explica. O Complexo do Ver-O-Peso é considerado o maior entreposto de pescado e de açaí do Pará. A Feira do Açaí recebe o maior volume do fruto na região, algo em torno de 5 milhões de toneladas/mês, grande parte vindos da região ribeirinha e Arquipélago do Marajó. Em 2007 foram comercializados na feira mais de 51 milhões de toneladas do fruto.

Mercado de Peixe, com o pescado que chega, todo dia, na Pedra do Peixe

Cerca de 80 toneladas/dia de diversos tipos de pescado desembarcam na Pedra do Peixe. O local é o maior entreposto de pescado fluvial e marítimo da região Norte e está entre os mais movimentados do país. O peixe vendido na Pedra é oriundo principalmente da região do Baixo-Amazonas, área costeira paraense e Marajó. Somente na Feira do Ver-o-Peso trabalham mais de cinco mil pessoas, em 1.250 barracas, distribuídas em 19 setores, que vão desde hortifrutigranjeiros, importados, mercearia, refeição, a peixe seco, artesanato e ervas medicinais. A capital paraense possui, ao todo, 42 feiras livres, 18 mercados e quatro portos. Gastronomia - O chef de cozinha Paulo Martins foi um dos primeiros paraenses a exportar a imagem do Ver-o-Peso associando à riqueza gastronômica. O criador do Projeto Ver-o-Peso da Cozinha Paraense, maior evento de gastronomia da Amazônia, comemora a escolha pela Revista Caras. "Acho mais do que justo. O Ver-o-Peso desperta hoje a atenção do meio gastronômico internacional por uma curiosidade: é um espaço aberto, com uma das maiores variedades de peixes e frutos e temperos. Em tempos de badalação da Amazônia, ele ocupa uma posição de destaque e desperta a atenção do mundo já que a Amazônia é a bola da vez", comemora Paulo Martins, que já confirmou a próxima edição do Ver-o-Peso da Cozinha Paraense para 22 a 29 de abril, quando a cidade receberá os melhores chefs do Brasil e do mundo.

Texto: Benigna Soares e Ieda Ferreira - Assessoria de Imprensa da Belemtur e Secon
Fotos: Acervo da Comus
Edição: Comus

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